Pão de Açucar




Sábado: 11 horas e mais de 35º graus na rua. Um calor arrasador e uma enorme fila com centenas de turistas brasileiros e não só era o que nos esperava quando decidimos subir até ao Pão de Açucar.

Depois de darmos voltas e mais voltas ao recinto para encontrarmos uma vaga para estacionar o carro (local com pouco espaço para tanta gente), lá conseguimos que um flanelinha de corpo esguio nos arranjasse uma vaga a vários metros do local! Acreditem ou não mas pediu-nos uma fortuna por aquele achado (mais do triplo do normal). Pagámos mesmo assim pois a vontade de subir no bondinho e a falta de paciência para torrarmos ao sol à procura de um lugar falaram mais alto.

Enquanto aguardámos na fila pela nossa vez vimos traços da sociedade brasileira e da maneira como este povo encara a vida. Vendedores de souvenirs, de picoles, de sorvetes e de bebidas frescas ou mesmo camelôs de tudo quanto se possa imaginar “passeiam-se” por ali entretendo os turistas com a sua cantiga de vendedor. E olha que muitos sao verdadeiros artistas nesta arte de bem vender.

Depois da longa espera, eis que chega o momento da compra do bilhete (35 reais). Estamos a poucos instantes de fazer uma das melhores e mais inesquecíceis viagens das nossas vidas. Apenas um lanço de escadas nos separam de entrar naquela “coisa envidraçada pendente nos cabos” tão frágil quando vista de longe. Cerca de 70 pessoas é a lotação máxima mas em temporada alta o número fica-se pelos 30 por questões de segurança. De 20 em 20 minutos chegam carruagens.

A viagem é única e indiscritivel e passa tão rápido que apetece parar o relógio para ficarmos ali pendurados a admirar todas as panorâmicas oferecidas.
Conforme se vai subindo eis que o nosso olhar se prende ao se avistar a pequena Praia Vermelha, o bairro da Urca, a marina de Botago ou a Baia de Guanabara.

Antes de chegarmos ao Pão de Açucar, existe uma paragem para troca de bondinho – morro da Urca. Aqui pode já começar a prever a maravilha que vai ser esta subida ao segundo ponto mais alto da cidade maravilhosa depois do Cristo Redentor. O morro da Urca é internacionalmente conhecido por ser um espaço único de onde é possível avistar-se o Rio de Janeiro na sua grandiosidade e beleza natural. Aqui pode desfrutar de refeições leves mas de qualidade, participar em várias actividades lúdicas, assistir a concertos e espectáculos ao ar livre. Não se espante se se cruzar com um artista da Globo ou jogador de futebol. É comum verem-se por ali. Aproveite para tirar várias fotos e comprar uma lembrança para mais tarde recordar com um prato de cerãmica com o seu rosto confirmando a sua passagem por aquele local.

Depois desta breve paragem rume até ao Pão de Açucar. Durante o trajecto de poucos minutos, os rostos continuam colados às janelas expressando a surpresa e o encanto que se vive naquele instante mas também se ouvem os gritos de pânico pela fobia das alturas.

Chegados ao cimo deixe-se levar pelo que vê e aproveite o que o Rio de Janeiro tem de melhor para lhe oferecer. Nem o sol tórrido que se sente em plena época de Réveillon nos impede de viver e de usufruir o encanto da cidade a que um dia chamaram de maravilhosa.

Escola de Samba - Acadêmicos Santa Cruz



Cristo Redentor


Ir a Roma e não visitar o Papa é como ir ao Rio de Janeiro e não visitar o Cristo Redentor.

Ex-líbris da cidade maravilhosa, este monumento localizado no alto do Morro do Corcovado, é visitado anualmente por milhares de turistas que aí podem chegar via carro ou via tren (percurso mais apetecível que percorre o interior de parte da floresta da Tijuca).

A viagem no Tren do Corcovado, como é apelidado, custa 36 reais (aprox. 14 euros) e dura cerca de 20 minutos. O tempo necessário para ir descobrindo in loco alguns dos exemplares da fauna e flora que constituem a floresta da Tijuca. Se visitar a cidade em época alta não estranhe se ficar várias horas na fila para comprar o bilhete que o levará a uma experiência inesquecível.

Por entre ancestrais e gigantescas árvores que cobrem quase por inteiro o caminho, deixe-se levar pelos sons dos animais que aí habitam e pela divesidade e vastidão da botânica com que se vai confrontado a cada instante. Não se assuste se, de vez em quando, lhe surgir inesperadamente do extenso manto verde uma estátua decorativa alusiva a um animal (tocano) ou a outro elemento da natureza ou figura de banda desenhada. São cheiros e cores que se misturam ao longo do percurso que é mais rápido do que o desejado para quem gosta de apreciar os verdadeiros momentos diante da natureza. Com lguma sorte pode até ter a sorte de entrar numa carruagem onde um grupo de rapazes o presenterá com um mini pacodinho com direito a batuques e bandeiretas. Não se esqueça de lhes deixar um “trocadinho”.

Bastam alguns lances de escadas para chegar até aos pés do Cristo Redentor. Aí desfrutará de uma belíssima panorâmica de todos os ângulos da cidade do Rio. Um verdadeiro regalo para os olhos que não deve deixar de registar na sua memória e também na máqina fotográfica ou de filmar para mais tarde recordar. Quem escolheu este ponto para construir a estátua do Cristo estava de certo longe de imaginar que este se tornaria num ponto de romaria de turistas vindos dos quatros cantos do Mundo. Aqui no alto fascine-se com a beleza da cidade apelidada de maravilhosa. Não admira porquê.

À sua direita surge a gigante Lagoa Rodrigo de Freitas, ao fundo os carismáticos bairros de Ipanema e do Leblón com as suas praias não menos famosas e ainda o extenso manto verde de parte do Jardim Botânico que maravilha quem o visita com as suas imponentes e gigantescas palmeiras imperais carregadas de história. De frente para o Cristo ergue-se o famoso Pão de Açucar com o seu centenário Bondinho que desliza, ora para cima ora para baixo, através de um sistema baseado em cabos que impressiona ou assusta quem o observa de longe. Do lado esquerdo observe o estádio do Maracanã, parte do centro da cidade com os seus imensos e imponentes prédios altos bem como o aeroprto do Galião.

Depois de contemplada a paisagem não perca a oportunidade de tirar uma ou várias fotografia de braços abertos com o Cristo como pano de fundo. Caso escolha uma temporada de época alta não se admire se nas suas fotos tiver a companhia de mais rostos e braços do que só os do Cristo.